A adrenopausa é o declínio da DHEA, (do inglês dehydroepiandrosterone), esta é um hormônio esteroide produzido a partir do colesterol pelas glândulas adrenais, testículos, ovários, tecido adiposo, cérebro e pele, sendo matéria-prima para a fabricação de todos os outros hormônios importantes secretados pela glândula supra-renal.
A glândula adrenal é vital para o equilíbrio metabólico, e responsável pela produção do DHEA (modula os hormônios androgênicos) tanto no homem como na mulher. É também a responsável pela modulação do estresse liberando cortisol que em nosso organismo não pode estar em falta o que é denominado fadiga adrenal nem em excesso o que provocaria um desgaste excessivo, seu desequilíbrio aumenta o catabolismo, diminui a imunidade, acentua as inflamações e acelera o envelhecimento.
A DHEA é a precursora da androstenediona e esta, por sua vez precursora da testosterona e dos estrógenos estrona e estradiol, aos quais a DHEA é quimicamente similar. É convertida em andrógeno (hormônio masculino) ou estrógeno (hormônio feminino) dependendo do sexo da pessoa, idade e outros fatores individuais. A DHEA é o esteróide precursor quase direto da testosterona e do estradiol.
Ao longo da vida, a produção de cortisol pela adrenal aumenta e, inversamente, a DHEA, a melatonina e o hormônio do crescimento (GH) declinam. Sua produção alcança o máximo no início da vida adulta (em torno dos vinte anos) e declina com a idade tanto em homens quanto mulheres. Aos 20 anos, é o hormônio mais abundante no sangue em circulação no corpo humano. Entre os 30 e os 40 ano de idade ocorre um declínio nos níveis de DHEA. Aos 40 anos, o organismo produz metade da DHEA que produzia antes. Aos 65 anos, a produção cai para 10 a 20% da quantidade considerada ideal.
Diversos estudos sugerem que, quanto menor o nível de DHEA da pessoa, maior o risco de morte por doenças relacionadas com o envelhecimento. Outros estudos também indicam que baixos níveis de DHEA seriam responsáveis por muitas doenças degenerativas e pelo envelhecimento acelerado. Considerou-se o envolvimento do hormônio em diversos problemas de saúde, entre eles o Mal de Alzheimer, doenças auto imunes, distúrbios provocados pelo estresse, entre outros.
Em um estudo realizado por Elizabeth Barrett-Connor, famosa pesquisadora da área hormonal, médica, professora e chefe do departamento de medicina preventiva da Universidade da Califórnia, San Diego, monitoraram-se os níveis de DHEA em 242 homens de 50 a 79 anos de idade durante 12 anos. O estudo revelou forte correlação entre os maiores níveis de DHEA e o menor risco de morte decorrente de todas as causas. Entre os indivíduos que sobreviveram, o nível de DHEA era três vezes maior do que entre os que morreram.
A pesquisa do Dr. Abbasi e colaboradores do Departmento de Medicina, do Medical College of Wisconsin, demonstrou que entre homens de 60 anos ou mais, os que apresentavam níveis séricos de DHEAS mais elevados, em comparação com aqueles com um menor nível sérico de DHEAS, eram mais jovens, mais magros, mais em forma e tinham níveis de Colesterol favoráveis.
(J Am Geriatr Soc. 1998 Mar;46(3):263-73).
O declínio do DHEA trás complicações para todo o organismo. O sistema imunológico é especialmente sensível a menor produção de DHEA, abrindo as portas não apenas aos vírus, bactérias e outros micróbios como também aos radicais livres e às doenças degenerativas causadas por eles.
Sintomas Do declínio do DHEA denominado fadiga e envelhecimento adrenal:
- Perda de energia,
- Fadiga crônica,
- Depressão,
- Dificuldade de concentração,
- Dificuldade de acordar pela manhã,
- Sono e cansaço, porém resiste em dormir,
- Obesidade,
- Redução da libido,
- Baixa imunidade,
- Reações explosivas alternadas com apatia,
- Alergias e infecções principalmente respiratórias frequentes.
A Modulação hormonal, quando necessária, deve ser feita por médico com experiência no assunto, depois de seus níveis serem mensurados no sangue. A baixa do DHEA é em geral o primeiro indicador do processo do nosso envelhecimento hormonal que sem dúvida é o que acelera o nosso envelhecimento geral.
Nesta modulação é de fundamental importância o equilíbrio com o hormônio cortisol para que o DHEA traga todos os benefícios citados. Pessoas com fadiga crônica e com níveis baixos de cortisol podem ter seu quadro agravado. Também devem ser analisados outros hormônios como os da tireóide e outros esteróides como testosterona, estradiol, progesterona e DHT, ou seja, uma anamneses e avaliação laboratorial completa para que seja feito um diagnostico preciso. A dose diária remendada varia sendo determinada pelo sexo do paciente e pelo nível básico de S-DHEA (quanto menor o nível sérico, maior a dose inicial).Mulheres com excesso de pelos, queda de cabelo , acne, resistentes a insulina, portadoras da síndrome dos ovários policísticos e com história recente de câncer devem ter cuidado redobrado nesta reposição. Homens com câncer de próstata, prostatismo, queda de cabelo e acne também devem ter cuidado com esta reposição, sendo necessário, muitas vezes, o uso simultâneo de bloqueadores da 5-alfa redutase (mesmo que de forma parcial), enzima que transforma testosterona em DHT.
As informações contidas neste artigo não tem a intenção de substituir uma orientação médica. Consulte seu médico nutrólogo para uma avaliação e acompanhamento quando se tratar de assuntos relacionados à sua saúde.
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